Chico Buarque De Holanda

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Conheça Chico Buarque De Holanda

Chico Buarque de Holanda, nascido em 1944, é uma figura multifacetada da cultura brasileira, destacando-se como músico, dramaturgo e escritor. Sua entrada triunfal no cenário artístico ocorreu com a canção “A Banda”, interpretada por Nara Leão e vencedora do primeiro Festival de Música Popular Brasileira. Desde então, Chico conquistou não apenas o reconhecimento do público, mas também o respeito dos críticos.

Para além de sua contribuição como compositor e cantor, Chico é um prolífico escritor, com uma série de livros lançados e traduzidos para diferentes idiomas. Em 2019, seu talento literário foi consagrado com o Prêmio Camões, na 31ª edição, em reconhecimento às suas obras publicadas.

No vasto universo da música, Chico estabeleceu parcerias com renomados compositores e intérpretes, entre eles Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim), Toquinho, Baden Powell, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Edu Lobo e Francis Hime. Sua influência e legado são inegáveis, contribuindo significativamente para a riqueza cultural do Brasil e além de suas fronteiras.

Infância e juventude

Francisco Buarque de Holanda, mais conhecido como Chico Buarque de Holanda, veio ao mundo no Rio de Janeiro, sendo filho do renomado historiador Sérgio Buarque de Holanda e da talentosa pianista Maria Amélia Cesário Alvim.

A trajetória de Chico tomou um rumo significativo quando, em 1946, sua família se mudou para São Paulo, onde seu pai assumiu o cargo de diretor do Museu do Ipiranga.

A experiência internacional marcou sua vida quando, em 1953, a família se estabeleceu na Itália, onde seu pai passou a lecionar na Universidade de Roma.

De volta ao Brasil, em 1963, Chico Buarque iniciou seus estudos no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, período em que também se envolveu ativamente nos movimentos estudantis da época.

Caetano Veloso e sua Familia em sua infância

Ditadura militar

A perseguição do regime militar levou Chico Buarque ao autoexílio na Itália em 1969, onde compartilhou palcos com Toquinho. Durante esse período, suas músicas “Apesar de Você” e “Cálice” foram proibidas pela censura brasileira, sendo interpretadas como críticas ao presidente Emílio Garrastazu Médici, embora Chico tenha afirmado que se referiam à situação em geral. Sob o pseudônimo de Julinho da Adelaide, Chico lançou apenas três músicas: “Milagre Brasileiro”, “Acorda amor” e “Jorge Maravilha”, como uma estratégia para driblar a censura implacável.

Na Itália, Chico estreitou laços com o cantor Lucio Dalla, com quem colaborou na versão em português da canção “Gesù Bambino”, intitulada “Minha História” (1970). Ao retornar ao Brasil, suas composições continuaram a denunciar aspectos sociais, econômicos e culturais, incluindo obras marcantes como “Construção” e “Partido Alto”. Durante esse período, Chico dividiu o palco com Caetano Veloso e Maria Bethânia.

O pseudônimo Julinho da Adelaide não foi apenas uma artimanha para evitar a censura, mas uma estratégia completa, incluindo a posse de uma cédula de identidade falsa e até mesmo entrevistas concedidas a jornais da época para dar autenticidade à farsa.

Entre suas músicas de resistência ao regime militar, destaca-se “Meu Caro Amigo”, uma carta musicada dedicada a Augusto Boal, então exilado em Lisboa. A canção foi lançada no álbum “Meus Caros Amigos” em 1976, em solidariedade ao momento político conturbado vivido pelo Brasil.

De volta a São paulo

De volta a São Paulo, Chico Buarque já demonstrava interesse pela música, compondo “Umas Operetas” que cantava junto com suas irmãs. A música fazia parte de seu cotidiano, e Chico se inspirava em artistas como Noel Rosa e Ataúlfo Alves. Além disso, foi grandemente influenciado por João Gilberto.

Em 1963, participou do musical “Balanço do Orfeu”, onde interpretou a música “Tem mais Samba”, que considerou como o ponto de partida para sua carreira. Também participou do show “Primeira Audição” no Colégio Rio Branco, apresentando a Marcha Para um Dia de Sol.

No ano seguinte, em 1964, Chico Buarque teve sua estreia no programa Fino da Bossa, apresentado pela cantora Elis Regina.

Em 1965, lançou seu primeiro disco compacto contendo as músicas “Pedro Pedreiro” e “Sonho de um Carnaval”. Também compôs as músicas para o poema “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto, que recebeu aclamação no IV Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, conquistando prêmios tanto da crítica quanto do público.

Em 1966, sua música “A Banda”, interpretada por Nara Leão, venceu o Festival de Música Popular Brasileira, consolidando sua posição como um dos principais compositores da época. Nesse mesmo ano, lançou seu primeiro LP, intitulado “Chico Buarque de Holanda”, que apresentava desde composições impregnadas de preocupações sociais, como “Pedro pedreiro”, até canções líricas como “Olê, olá, Carolina” e “A Banda”.

1970: Depois de 14 meses exilado, o cantor Chico Buarque está de volta ao Brasil
1970: Depois de 14 meses exilado, o cantor Chico Buarque está de volta ao Brasil

…E carreira musical

Em 1967, Chico Buarque se mudou para o Rio de Janeiro e lançou seu segundo LP, intitulado “Chico Buarque de Holanda V.2”.

No mesmo ano, ele escreveu a peça “Roda Viva” e fez parceria com Tom Jobim, resultando na vitória no Festival Internacional da Canção de 1968 com a música “Sabiá”.

Durante seu exílio na Itália, assinou um contrato com a gravadora Philips para produzir mais um disco. Sua música “Apesar de Você” vendeu cerca de 100 mil cópias, mas foi censurada e retirada das lojas.

Após apresentações memoráveis no Teatro Castro Alves em 1972, com Caetano Veloso, e no Canecão em 1975, com Maria Bethânia, Chico entrou em um período sem se apresentar, embora continuasse produzindo música.

Ele escreveu a peça “Gota d’água” em parceria com Paulo Pontes, conquistando o prêmio Molière. Também compôs a música “Vai Trabalhar Vagabundo” para o filme homônimo, e a conhecida “O Que Será”, para o filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”.

Em 2005, lançou a série “Chico Buarque Especial”, uma coleção de três DVDs organizados por temas, nos quais compartilha sua trajetória artística.

Em 5 de novembro de 2011, iniciou sua nova turnê nacional no Palácio das Artes em Belo Horizonte.

Literatura

Chico Buarque, além de sua prolífica carreira musical, também se destacou como escritor, tendo publicado obras como “Estorvo” (1991), “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003), “Leite Derramado” (2009) e “O Irmão Alemão” (2014).

Sua contribuição para a literatura foi tão significativa que em 2019 ele foi agraciado com o prestigioso Prêmio Camões. No entanto, a entrega do prêmio ocorreu em 2023, em um evento realizado na cidade de Sintra, em Portugal, e foi feita pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Frame do vídeo do canal da editora Companhia das Letras no YouTube

Vida Pessoal

Chico Buarque foi casado com a atriz Marieta Severo, que conheceu em 1966, com quem teve três filhas (Sílvia, Helena e Luíza). O casal se separou durante a década de 90.

Chico Buarque e Marieta Severo
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