Everything But The Girl

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Everything But The Girl é uma renomada dupla britânica formada em 1982 por Tracey Thorn e Ben Watt. Com uma trajetória musical marcada pela constante evolução, o duo se destacou inicialmente por seu som acústico e intimista, para depois abraçar a música eletrônica nos anos 90, alcançando sucesso mundial. Esta biografia explora as origens, a transformação sonora, o hiato e o impacto duradouro da banda, oferecendo uma visão abrangente de sua contribuição para a música contemporânea.

Uma curiosidade sobre o Everything But The Girl é que a banda originalmente não tinha a intenção de seguir a direção da música eletrônica. Foi o remix de "Missing" pelo DJ Todd Terry que, após se tornar um sucesso mundial, levou a dupla a explorar mais profundamente o gênero eletrônico em seus trabalhos subsequentes. Esse remix inesperado não só revitalizou a carreira da banda, mas também influenciou o direcionamento musical de álbuns futuros, como Walking Wounded (1996).

Origem e formação

Everything But The Girl (EBTG) é uma icônica dupla britânica composta por Tracey Thorn, uma talentosa vocalista, e Ben Watt, um versátil multi-instrumentista e produtor. A formação da dupla ocorreu em 1982, quando ambos eram estudantes na Universidade de Hull, localizada no nordeste da Inglaterra. Embora Tracey e Ben estivessem envolvidos em projetos musicais distintos antes de se conhecerem, a sintonia musical entre os dois ficou evidente desde o início.

Durante o período universitário, Tracey já era integrante da banda Marine Girls, enquanto Ben estava lançando seu primeiro álbum solo, North Marine Drive. Entretanto, ao se encontrarem em Hull, eles logo descobriram uma afinidade musical compartilhada, o que os levou a colaborar em diversas faixas. A partir dessas colaborações, surgiu a ideia de formar uma dupla. O nome peculiar da banda, Everything But The Girl, foi inspirado em uma loja de móveis local que se destacava por sua variedade de produtos, exceto por “tudo menos a garota” (em tradução literal do inglês).

Essa curiosa referência serviu como uma metáfora perfeita para a proposta musical única da dupla, que desde o início buscou diferenciar-se no cenário musical da época. Em suma, o encontro de Tracey Thorn e Ben Watt na universidade não foi apenas o início de uma parceria musical frutífera, mas também o começo de uma trajetória que os levaria a se tornarem uma das duplas mais respeitadas da música britânica.

Primeiros Sucessos e Som Inicial

Nos primeiros anos de sua carreira, o Everything But The Girl construiu sua identidade musical com uma sonoridade marcada pela fusão de jazz, folk e bossa nova. Essa combinação inusitada resultou em um estilo que se destacava por sua simplicidade sofisticada, refletindo uma abordagem minimalista e acústica. Lançado em 1984, o primeiro álbum da dupla, Eden, tornou-se um marco importante para a banda, recebendo elogios da crítica e conquistando uma base de fãs leal. O álbum evidenciou a capacidade do duo de criar músicas que, embora despojadas de adornos excessivos, transmitiam uma profundidade emocional significativa.

Um dos destaques desse álbum foi o single “Each and Every One”, que rapidamente chamou a atenção do público. A canção, com sua melodia envolvente e letra introspectiva, capturou a essência do som inicial da banda, ao mesmo tempo em que revelava a notável química musical entre Tracey Thorn e Ben Watt. Além disso, a recepção calorosa desse single ajudou a consolidar o EBTG como uma força emergente na cena musical britânica.

Além das composições originais, Tracey e Ben também demonstraram seu apreço pela tradição musical ao reinterpretar clássicos atemporais. Entre esses covers, destaca-se a versão de “Night and Day”, de Cole Porter, que foi reinventada pela dupla com um toque moderno e intimista. Essa capacidade de mesclar influências passadas com um som contemporâneo evidenciou o talento do duo para transcender gêneros e criar algo distintamente próprio.

Portanto, essa fase foi fundamental para estabelecer a identidade artística do Everything But The Girl, preparando-se para a contínua evolução de sua música.

Transição para a Música Eletrônica

Nos anos 90, o Everything But The Girl passou por uma transformação sonora profunda e inesperada. Inicialmente conhecidos por seu som acústico e introspectivo, a dupla decidiu explorar novas direções musicais em resposta às mudanças no cenário musical e às suas próprias evoluções pessoais. Esse movimento começou a se manifestar de forma mais evidente com o lançamento do álbum Amplified Heart em 1994, que marcou uma transição significativa para a banda.

Embora Amplified Heart ainda mantivesse algumas das características que definiram o som inicial do EBTG, como letras emocionalmente carregadas e melodias melancólicas, a banda começou a incorporar elementos de música eletrônica em suas composições. Essa mudança culminou no remix de “Missing”, uma das faixas do álbum, pelo DJ Todd Terry. A versão remixada da música transformou-se em um sucesso global.

O sucesso de “Missing” não apenas revitalizou a carreira da banda, mas também serviu como um catalisador para sua nova direção musical. Incentivados pela recepção positiva, Tracey Thorn e Ben Watt decidiram mergulhar ainda mais fundo no universo da música eletrônica. O resultado foi Walking Wounded (1996), um álbum que combinava elementos de drum and bass, trip hop e house, solidificando a nova identidade do EBTG. Essa fase demonstrou a capacidade da dupla de se reinventar e adaptar-se às novas tendências, sem perder a essência emotiva que sempre caracterizou suas músicas.

Hiato e Carreiras Solo

Após o lançamento do álbum Temperamental em 1999, que consolidou a fase eletrônica do Everything But The Girl, a dupla decidiu entrar em um hiato por tempo indeterminado. Esse período de pausa foi motivado por diversos fatores, incluindo o desejo de explorar novos projetos e a necessidade de se afastarem do ritmo intenso da indústria musical. Durante esse intervalo, Tracey Thorn e Ben Watt seguiram caminhos distintos, mas cada um continuou a se expressar artisticamente de maneiras significativas.

Tracey Thorn, que sempre foi reconhecida por sua voz distinta e letras profundamente pessoais, decidiu embarcar em uma carreira solo. Em 2007, ela lançou o álbum Out of the Woods, que marcou seu retorno à música após vários anos de afastamento. O álbum foi bem recebido pela crítica, destacando-se por suas influências eletrônicas e letras introspectivas que abordavam temas como maternidade e identidade. Mais tarde, em 2010, Tracey lançou Love and Its Opposite, um trabalho que explorava os desafios e complexidades da vida adulta, consolidando ainda mais sua posição como uma artista solo relevante.

Enquanto isso, Ben Watt também se dedicou a projetos próprios. Ele mergulhou na produção musical e no DJing, explorando suas paixões pela música eletrônica e pelas novas sonoridades. Além disso, Ben se destacou como escritor ao publicar o livro Patient em 1996, uma memória tocante sobre sua luta contra uma doença autoimune rara que quase lhe custou a vida. O livro foi amplamente elogiado pela crítica por sua honestidade e profundidade emocional.

Assim, embora separados em suas jornadas individuais, Tracey e Ben continuaram a impactar o mundo da música e das artes, cada um à sua maneira.

Retorno e Impacto Duradouro

Após mais de duas décadas, o Everything But The Girl fez um retorno inesperado em 2023, surpreendendo fãs e críticos. Esse retorno foi marcado pelo lançamento do álbum Fuse, que rapidamente gerou grande expectativa e curiosidade entre os admiradores da banda e a mídia musical. Ao contrário de retornos nostálgicos, Fuse mostrou que a dupla manteve sua identidade sonora enquanto se alinhava com tendências atuais. O álbum foi bem recebido por críticos e fãs, destacando a capacidade da banda de reinventar-se e permanecer relevante no cenário musical em constante mudança.

Fuse não foi apenas um retorno musical, mas também uma reafirmação do impacto duradouro do Everything But The Girl ao longo dos anos. Além disso, a abordagem lírica e emotiva do EBTG, combinada com a produção sonora inovadora, continuou a ressoar com novas gerações de músicos e ouvintes.

O legado do EBTG reside na sua habilidade de evoluir musicalmente ao longo dos anos, explorando novas sonoridades e tendências sem perder sua essência. A dupla conseguiu criar uma discografia que, apesar das mudanças de estilo, manteve-se consistente em termos de qualidade e impacto emocional. Com o lançamento de Fuse, EBTG não apenas celebrou seu passado, mas também mostrou que ainda tem muito a oferecer para o futuro da música.

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